Gigante Beira Rio: Estádio Augustão que marcou a história do futebol amapaense, completa 63 anos

Na semana que um dos estádios mais antigos e respeitados do Norte do país comemora sua data de inauguração, o futebol amapaense – principalmente da segunda maior cidade do Amapá, Santana – irão ganhar significativamente com sua nova entrega.
Desde o último dia 14 de março, quando o senador Randolfe Rodrigues anunciou pessoalmente a reforma total do espaço que já recebeu grandes times de futebol da Região Norte e do Brasil, que um intenso trabalho foi dobrado para que tudo pudesse ser entregue em tempo hábil.
Segundo antigos jogadores, o Estádio Augusto Antunes (famoso ‘Augustão’) atravessou diversas décadas carregando testemunhos de vitórias e derrotas, e sua revitalização trás consigo o reconhecimento dado para muitos profissionais do campo que por aqui passaram.

Da granja surge um estádio
A construção do ‘Augustão’ remonta ainda em meados da década de 1950, quando a área onde hoje se encontra o estádio já ter pertencido ao empresário norte-americano Donald Daniels, que tentou investir no ramo de avicultura e no comércio de plantação de arroz, na qual uma extensa fazenda chegou a existir na região até 1957.
Com a fundação do Santana Esporte Clube (SEC), uma agremiação formada por funcionários da extinta mineradora ICOMI, cogitou-se fortemente a idéia de erguerem um centro de treinamento para este clube pioneiro, porém, não havia um local adequado e estratégico na região.
Somente durante as obras urbanísticas da Vila Amazonas (entre os anos de 1958 a 1962), projetada pelo arquiteto paulista Oswaldo Arthur Bratke (1907-1997), que seria sugerida pelos diretores do SEC a construção desse centro de treinamento, mas numa área excluída daquele projeto residencial.
Acertos entre a diretoria da ICOMI com os moradores que ‘herdaram’ a área em questão, resultaram em um acordo popular em 1958, que contou até mesmo com a presença do empresário Augusto Trajano Antunes.

A referência do futebol amapaense
Foram necessários quase dois anos para que o campo de futebol, suas arquibancadas laterais e um vestiário fosse realmente concluído, tudo através de recursos de jogos vitoriosos que o SEC alcançava na virada das décadas de 1950 para 1960.
Mas o dia triunfal chegou na tarde de 20 de maio de 1962 (era um domingo), com a inauguração oficial do estádio do Santana Esporte Clube, onde o time da casa dividiria a partida com o Juventus Esporte Clube (na época conhecidos como os ‘garotos da Prelazia’).
Com a presença de inúmeras autoridades políticas, religiosas e um público considerável (quase 400 pessoas), o pontapé inicial do jogo foi dado pelo Drº Samuel Finenberg, que era Gerente da mineradora ICOMI e respondia pelo Grupo CAEMI no Amapá.
O primeiro gol seria historicamente marcado pelo meia-direita do SEC Pedro Bala aos 15 minutos do primeiro tempo, sendo que o placar final ficou empatado (2 x 2).
Somente no ano seguinte que o alambrado e a estrutura de iluminação noturna do novo estádio seriam entregues, numa nova ‘inauguração’, realizada em abril de 1963, que agora contou com uma partida entre o Santana Esporte Clube e o time do Remo (PA).
Com um público maior que na entrega do ano anterior, este seria o primeiro jogo no estádio envolvendo clubes de fora do Amapá, sendo que nesse certame o time paraense venceu o ‘canário’ por 2 x 0.
Ainda em 1963 (mais precisamente no mês de setembro), uma assembleia realizada pelos desportistas do SEC decidira por unanimidade, que o estádio passaria a ser chamado Estádio Augusto Antunes, visando homenagear um de seus patrocinadores independentes.
O Colossal do Porto
Em novembro de 1967, o Estádio Augusto Antunes, seria classificado pela imprensa nacional entre os 10 melhores do país em beleza e capacidade de público.
Fato reconhecido na Revista do Esporte, na seção ‘Correio do Torcedor’, numa matéria assinada pelo desportista Alexandrino Soares Gonçalves.
Sua relevância testemunhou encontros de times locais e a vinda de grandes clubes de âmbito nacional, como Tuna Luso, Remo e Paissandu (estes do PA), Sampaio Correia (MA), Atlético Vitória (BA), Olaria Clube (RJ) e muitos outros que jogaram nesse estádio entre as décadas de 1960-70.
Em 1974, a falta de manutenção periódica no Estádio Glicério Marques levou a Prefeitura de Macapá a interditar o ‘Gigante da Favela’ por quase oito meses, obrigando que quase todas as partidas de futebol do Campeonato Amapaense de Futebol daquele ano fossem realizados no ‘Augustão’.
Ao todo, foram onze partidas realizadas no espaço de oito dias, havendo até mesmo dois jogos no mesmo dia. Sua capacidade de organizar e manter a programação deste campeonato de 1974 chamou a atenção na imprensa paraense, citando o estádio como um ‘Colossal do Porto para suportar tanta carga de jogos e manter sua perfeita estrutura para o esporte local’. Para a próxima quinta-feira, 22, sua entrega mostrará a mesma ousadia e força de vontade que o levam a ser considerado um marco para o futebol amapaense.

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