Marcha das Josys: 20 anos nas ruas pelo fim da violência contra a mulher

Marcha das Josys: 20 anos nas ruas pelo fim da violência contra a mulher

Na tarde desta sexta-feira (25), a Prefeitura Municipal de Santana promoveu a 20ª caminhada pelo fim da violência contra a mulher. O ato virou tradição na cidade após o assassinato da educadora Josycleia Guimbal Borges, provocado pelo ex-marido na frente do filho da vítima. Desde então, centenas de pessoas vão às ruas promover conscientização e combater a violência.

“Essa é a 20ª edição da Marcha das Josys, uma ação de enfrentamento à violência contra a mulher, que acontece todos os anos no município de Santana. Além disso, trata-se de uma data simbólica porque hoje é Dia da Não-Violência Contra a Mulher, e nós estamos unidos para dar um basta à tanta violência”, expressou a prefeita em exercício, Isabel Nogueira.

Centenas de pessoas participaram da Marcha das Josys.

No município, pelo menos três leis foram aprovadas para atuar no enfrentamento da violência. Dentre elas, a Lei nº 1373/2021, que institui a Rede de Atendimento à Mulher (RAMS); a Lei municipal nº 1374/2021 que trata da implantação do Programa de Cooperação e Código Sinal Vermelho e a mais recente, Lei n° 1.434/2022, destinado a beneficiar crianças e adolescentes cujas mulheres responsáveis legais tenham sido vítimas de feminicídio. 

“Estamos caminhando juntos e fazendo um chamado à toda a sociedade, chega de violência contra a mulher”, manifestou Léa Soryana, secretária de Políticas Públicas para Mulheres no Município de Santana. 

Educação transformadora

O enfrentamento à violência de gênero também é aplicada nas escolas para crianças do 1° ao 5° ano. A professora Márcia Araújo, que há 17 anos atua em sala de aula, afirma que o envolvimento das crianças desde a base é fundamental para desconstruir padrões de violência no futuro.

“Nós fazemos esse trabalho na escola porque acreditamos que a educação que atua no combate à violência deve ser ensinada desde cedo. Nós colocamos para nossos alunos todos os problemas que vêm acontecendo, preparamos cartazes e o resultado dos trabalhos vêm para as ruas pedindo o fim da violência contra a mulher”, relata a professora.

Com faixas e cartazes, participantes chamavam a atenção para denunciar os casos de violência contra a mulher.

A educadora destaca a importância da relação escola-família para que as crianças desenvolvam uma mentalidade sem a prática da violência em suas vidas.

Elielma Madureira, professora e mãe de dois meninos, com idade entre 6 e 8 anos,  diz que se preocupa com a educação e a conduta que os filhos terão no futuro. 

“Tenho uma preocupação enorme com a educação dos meus filhos, e que pessoas eles se tornarão no futuro. Trazê-los para essa caminhada desde cedo é apresentar a eles a existência e a necessidade do respeito e da educação para lidar com o próximo”, disse.

Quem foi Josycleia Borges?

Josy, como era chamada pelos mais próximos, nasceu em 02 de novembro de 1972, filha amada de Regina Coeli e José Carvalho. Foi professora dedicada e atuava na rede municipal de ensino. Em 2003, a educadora foi assassinada pelo ex-marido na frente de seu único filho, ainda criança na época. O fato gerou revolta e mobilizou toda a cidade, transformando-se em um grito por justiça, originando a 1ª Marcha das Josys, que no período, reuniu oito mil pessoas.

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Redação Santana360

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